segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

É assim que te vejo

É assim que eu te vejo em meus sonhos de noites de atroz sau­dade: mas, em sonhos ou desenhada no vapor do crepúsculo, tu não és para mim mais do que uma imagem celestial; uma recordação indecifrável; um consolo e ao mesmo tempo um martírio.

Não eras tu emanação e reflexo do céu? Por que não ousaste, pois, volver os olhos para o fundo abismo do meu amor? Verias que esse amor do poeta é maior que o de nenhum homem; porque é imenso, como o ideal, que ele compreende; eterno, como o seu nome, que nunca perece. [...]

Tu, Hermengarda, recordares‑te?! Mentira!... Crês que morri, ou porventura, nem isso crês; porque para creres era preciso lembra­res‑te, e nem uma só vez te lembrarás de mim!

[Eurico, o Presbítero por Alexandre Herculano]

2 comentários:

  1. Dedução

    Não acabarão nunca com o amor,
    nem as rusgas,
    nem a distância. Vladimir Maiakóvski (poeta russo)

    acabarão sim com a paz
    a vida se torna morte
    a cada pensar será uma
    recordação celestial
    para inicio do futuro. Kaimkad (poeta as vezes)

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